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Campanha Salarial: Auditores do Ceará discutem prioridades e urgência de união com o conjunto de servidores públicos

13, abril, 2012

Os Auditores Fiscais filiados à DS/CE participaram na manhã de ontem, 12/4, de uma reunião para discutir Campanha Salarial, integrando o “Dia Nacional de Alerta e Mobilização” convocado pela Direção Executiva Nacional do Sindifisco Nacional. Na oportunidade, foi feita uma ampla discussão sobre questões de interesse dos Auditores Fiscais, com análise de conjuntura.

Os Auditores presentes ao ato avaliaram que um movimento de paralisação só terá êxito se for construído em conjunto com a base. Nesse sentido, consideram uma manobra de altíssimo risco terceirizar a luta para as direções sindicais. “O que é isso? É um movimento sindical por procuração: ‘deixa que eu resolvo’?, questionou o Auditor Marcelo Lettieri.

As atividades do dia de ontem não foram aprovadas em instância sindical, mas tão somente convocadas pela DEN, o que pode causar o descolamento da Direção Nacional da base da categoria, além de evidenciar um flagrante menosprezo às instâncias sindicais estatutárias como CDS, CNM, DS´s e Plenárias.

“Um movimento que não é construído a partir da base não irá funcionar. Não dá pra empurrar goela abaixo um calendário que não foi construído pelo conjunto das Delegacias Sindicais", reforçou o Diretor de Comunicação da DS/CE, Ítalo Aragão.

No Ceará, os Auditores estão convencidos de que primeiramente as bases devem ser ouvidas, por meio de plenárias – que a despeito da existência de um fundo de mobilização não têm sido convocadas – e de que é preciso um movimento grandioso que reúna todas as categorias de servidores públicos e não apenas as denominadas “Carreiras Típicas de Estado”, posição vista como elitista e isolacionista.

“Não é possível se pensar em mobilização, e em especial em paralisação, sem envolver todo o conjunto dos servidores públicos. Reuniremos apenas umas poucas categorias e o governo ficará tranquilo, tendo a certeza de que não há com o que se preocupar”, acrescentou o Presidente da DS/CE, Marcelo Maciel.

A Diretora de Estudos Técnicos da DS/CE, Liduina Ribeiro, por sua vez, enfatizou que é necessário construir “uma pauta que contemple todos os servidores, citando com exemplo a reposição das perdas inflacionárias desde o último reajuste salarial concedido aos servidores públicos. Todos juntos somos fortes, divididos em guetos apenas reforçaremos a lógica adotada pelos governos neoliberais de dividir para reinar”.

Segundo Liduína, a reposição das perdas inflacionárias seria a pauta unificada de todos os servidores públicos, sem prejuízo da discussão de questões salariais peculiares de cada categoria. A partir dessa pauta comum restabeleceríamos os laços para lutar pela reversão dos diversos projetos governamentais que atingem profundamente o conjunto de servidores públicos, dentre estes merece destaque a privatização da previdência dos servidores públicos mediante a instituição da FUNPRESP recentemente aprovado pelo Congresso Nacional, pelo potencial de dano que causará aos servidores, aos usuários dos serviços públicos e as finanças públicas em benefício do sistema financeiro e do capitalismo sem risco para os capitalistas.

O Diretor de Defesa Profissional da DS/CE, Edilson Lins, reforçou o quanto essa união com os demais servidores é positiva, citando que no Ceará foi o Fórum Estadual em Defesa da Previdência Pública que conseguiu com que os deputados cearenses se posicionassem em sua maioria contra o FUNPRESP.

Edilson disse ainda que essa união deve ser fortalecida uma vez que “há projetos que ferem profundamente o servidor público, como é o caso da demissão por insuficiência de desempenho, do congelamento de salários, e dos novos atentados à previdência recém privatizada, como um possível fator previdenciário para os servidores e o aumento na idade para aposentadoria”.

O iminente fim do subsídio, diante da aprovação do FUNPRESP, foi outro assunto abordado na reunião, já que basta uma simples Medida Provisória para que isso aconteça.

A exigência de metas incompatíveis com a complexidade do trabalho, embutida dentro de um modelo de administração tributária que vem silenciosamente ganhando força, também foi um dos temas tratados. Para os Auditores do Ceará, além de colocar na linha de tiro a paridade em relação aos aposentados, a remuneração por gratificação, baseada na produtividade, contribui para a ‘mediocrização’ do trabalho e a exacerbação do individualismo.

O entendimento dos Auditores do Ceará é a de que não podemos fazer “movimentos de boletim”, mas sim tomar as ruas com o conjunto de servidores, pois visitas a gabinetes de parlamentares não são suficientes.

“Além do trabalho de bastidores, é necessário constranger os parlamentares e o governo, como fomos capazes de fazer aqui no Ceará com relação ao FUNPRESP. O momento agora é de retomar nossa capacidade de resistência para não perdermos ainda muito mais”, finalizou o Auditor Marcelo Lettieri.