DS/CE promove Seminário "Família, trabalho e outras relações sociais: como nosso corpo é afetado"

Os AFRFB estiveram reunidos na última quinta-feira (13/6) em Seminário promovido pela DS/CE intitulado "Família, trabalho e outras relações sociais: como nosso corpo é afetado". Os debates foram mediados pela AFRFB aposentada e Psicanalista Mônica Portugal, que abriu os trabalhos enfatizando a necessidade de "que as situações de angústia, sejam elas advindas do trabalho ou de outras relações sociais, sejam expressas pela fala, pois é a impossibilidade de extravasarmos os nossos sentimentos que nos levam ao adoecimento e em última instância até mesmo ao suicídio". Mônica falou sobre a necessidade de que se criem espaços para essa fala e que o Sindicato é um importante canal para promover isto, reforçando a importância desse evento, por exemplo.

Logo em seguida, o Psiquiatra Valton Miranda Leitão proferiu palestra com enfoque nos elementos que levam a pessoa a cometer violência contra si e contra o próximo. O médico afirmou que, com as
complexidades do mundo atual, as depressões têm uma gama muito variada de causas e diagnósticos e que "contribuem para elas a mentalidade burguesa do nosso tempo, individualista, narcísica, sem compromisso ético, dentro da mentalidade capitalista que não se ocupa do bem comum, do olhar para com o outro". Valton também teceu críticas à Indústria Farmacêutica, que cria medicamentos "milagrosos" para tudo, buscando o lucro através, inclusive, dessas doenças "da alma".

Por fim, o Professor da UFC Cassio Adriano Braz de Aquino, Doutor em Psicologia Social, focou sua fala nas relações de trabalho, que são o seu objeto de estudo. O professor falou sobre os processos de transformação (nem sempre positivos) no mundo do trabalho, com ênfase na utilização de novas tecnologias, as quais possibilitaram o deslocamento do trabalho do âmbito da empresa para a esfera privada do trabalhador, invadindo o seu espaço pessoal e familiar, exigindo praticamente uma dedicação integral do empregado ou servidor. Abordou ainda sobre o trabalho meramente "prescrito", em que o trabalhador "cumpre as ordens sem nenhuma crítica, buscando apenas a manutenção do emprego e da remuneração".

Após os debates, com a participação da plateia, firmou-se o compromisso de aprofundar-se um pouco mais esta discussão no segundo semestre, se possível com os mesmos palestrantes.