Reunião entre governo e grevistas da PF termina em impasse
23, agosto, 2012Após duas horas de reunião entre o Ministério do Planejamento e a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) nesta quinta-feira, a categoria não chegou a um acordo com o governo sobre a proposta de reajuste salarial.
Agentes, escrivães e papiloscopistas querem além de aumento salarial uma reestruturação do plano de carreira. A pasta ofereceu à categoria a mesma fórmula que vem apresentando aos demais servidores do funcionalismo público federal em greve: reajuste de 15,8%, diluído entre os próximos três anos.
De acordo com o Ministério, a demanda da federação será levada ao Ministério da Justiça --uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana.
A categoria afirma que estão sem aumento desde 2005 e que o salário inicial da categoria, de R$ 7.200, está defasado.
Participaram do encontro o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, e o assessor especial do ministério da Justiça Marcelo Veiga.
Por volta das 13h30, servidores da Polícia Rodoviária Federal, em greve nesta semana, estavam reunidos na pasta. A agenda do dia prevê encontros com ao menos 12 categorias.
Entre as reivindicações da PRF estão a reestruturação da carreira, reajuste salarial e o pagamento de adicional noturno. Hoje, o piso de um agente é de R$ 5.804,95. A federação da categoria aponta ainda como problema a falta de pessoal --a defasagem chega a 4.000 policiais no país, pelas contas da federação.
PROTESTOS DA PF E PRF
A PRF vai iniciar sua greve no Estado de São Paulo a partir do meio-dia da sexta-feira (24), por prazo indeterminado. Os policiais planejam começar a greve com um protesto em frente à Superintendência da corporação, às margens da via Dutra, na zona norte de São Paulo, usando carro de som, apitos, balões e fogos de artifício.
No último dia 9, policiais rodoviários federais intensificaram a fiscalização nas estradas do país, provocando vários trechos de congestionamentos.
Entre os últimos atos da PF estão as operações-padrão realizada em aeroportos de ao menos 15 capitais do país na última quinta-feira (16).
A operação-padrão consiste em uma vistoria detalhada da bagagem e dos documentos dos passageiros, que geralmente é feita por amostragem, mas durante o ato é realizada em quase todos --provocando filas e atrasando voos.
Policiais Federais em greve protestam em Congonhas
Policiais federais fizeram um protesto com distribuição de panfletos e apitaço na manhã desta terça-feira no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo
Por conta dos transtornos causados, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu proibir no último dia 16 todas as operações-padrão em aeroportos e estradas federais. O descumprimento da decisão implicará multa diária de R$ 200 mil aos sindicatos.
A Fenap e FenaPRF acataram a decisão da Justiça, mas promoveram outras formas de protesto. Na segunda-feira (20), policiais federais realizaram um ato que chamaram de "operação sem padrão" na Ponte da Amizade, entre Brasil e Paraguai, em que agentes se algemaram na ponte.
Em resposta a esse ato, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) orientou o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, a cortar o ponto dos agentes da PF que participaram.
A chefia da PRF, por sua vez, está desde o anúncio da greve entregando os cargos às superintendências de cada Estado. Cerca de 80% da chefia já colocou o cargo à disposição, segundo o presidente da FenaPRF.
Segundo Cavalcanti, é uma forma de protesto contra o valor das gratificações dadas àqueles que estão no cargo de chefia. "Uma gratificação em um dos cargos de chefia da nossa polícia é de R$ 280. Como uma pessoa que recebe apenas R$ 280 a mais assume uma responsabilidade como essa?", disse.
Em alguns Estados, multas não estão sendo aplicadas.
Greve dos servidores pelo Brasil
Servidores públicos em greve protestam na Esplanada dos Ministérios, região central de Brasília
SERVIDORES
O movimento grevista dos servidores públicos afeta, em potencial, mais de 60% do quadro de trabalhadores do Poder Executivo federal, segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).
Ainda que a adesão não seja total, as carreiras mais numerosas que participam da paralisação somam 354 mil funcionários, para um total de 573 mil trabalhadores em atividade na administração direta, autarquias e fundações.
O último balanço da confederação aponta que mais de 40 categorias entraram em greve.
Desde o início de março, quando começou a campanha salarial desde ano, mais de 180 reuniões foram feiras entre governo e servidores. Para esta semana, foram agendados mais 23 encontros com várias categorias de servidores.
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