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Associação de magistrados questiona metas no Judiciário

20, outubro, 2014

O presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Paulo Luiz Schmidt, encaminhou nesta quinta-feira (16) ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Conselho Nacional de Justiça, ofício em que sugere a rediscussão do modelo de metas no Poder Judiciário.

Trata-se de deliberação unânime das 24 entidades regionais de magistrados, tomada na última reunião do Conselho de Representantes. “O processo de construção das metas é forjado em ambiente hermético, inacessível à Magistratura e às suas entidades representativas”, alerta a Anamatra.

A Anamatra questiona o tratamento dado às manifestações das entidades no Encontro Nacional do Poder Judiciário, quando as metas anuais são deliberadas. “Os convites têm servido apenas para legitimar um processo, sem transparência, sem discussão, sem densidade democrática e, por conseguinte, incapaz de gerar envolvimento de seus destinatários, sejam eles os magistrados ou os servidores públicos do Judiciário”, afirma a entidade.

A Anamatra cita episódio em reunião prévia do Encontro Nacional, na qual foi surpreendida pela rejeição, pela maioria dos TRTs, de uma proposta de meta específica para a saúde dos magistrados. “Parece evidente que nesses encontros já há um pacote de metas previamente estabelecido, com os respectivos indicadores, contra os quais nem mesmo se sentem os presidentes dos tribunais habilitados a questionar.”

A Anamatra questiona a eficácia da própria política de metas. Segundo a entidade, o que se tem visto nos últimos anos são atos de voluntarismo com foco principalmente na figura do magistrado e sua produtividade e não o papel da instituição.

Para Anamatra, as metas são impostas e quase todas não guardam conexão com os interesses dos jurisdicionados, com os gargalos das regiões jurisdicionais, além de não considerarem a diversidade e as especificidades do Judiciário até mesmo dentro de um mesmo ramo Judiciário.

“Não é aceitável que se repita novamente o erro de consolidar um processo de definição de metas em novembro próximo que nasceu sem eixos redefinidos e sem participação efetiva e ativa nem mesmo das entidades representativas da Magistratura”, afirma Schmidt.

Com o objetivo de promover a democratização do processo de discussão das metas, a Anamatra requer ao presidente do CNJ a suspensão da realização do “7º Encontro Nacional do Poder Judiciário”, remarcando-o para o mês de março de 2015 ou data que melhor se ajustar.

A entidade sugere que o Encontro Nacional seja convertido em encontros regionais, com definição de temas, propostas prévias e delegados para debate e aprovação de súmulas e, por fim, que as associações tenham voz e voto Encontro Nacional do Poder Judiciário.

“Não sendo possível o cancelamento, devido ao calendário, que as associações locais (Amatras) de juízes tenham direito de voto na mesma proporção dos tribunais”, conclui a Anamatra.