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Operação Canal vermelho II: PF e RF fazem operação contra crime organizado

21, setembro, 2011

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, deflagrou, ontem, a Operação “Canal Vermelho-II”, para reprimir crimes de contrabando, descaminho e homicídios, praticados por uma organização criminosa. A ação, além do Ceará, está sendo desenvolvida nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais e no Distrito Federal.

Os trabalhos preveem o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e 31 mandados de busca e apreensão, sendo 13 no Ceará, dois no Distrito Federal, oito em São Paulo e oito no Paraná.

Participam 150 policiais federais, além de 194 servidores da Receita Federal e 25 servidores da Secretaria da Fazenda (Sefaz).

A operação foi uma continuação da Operação Canal Vermelho-I, de 2010, que resultou na prisão do iraniano Fahard Marvizi, principal suspeito de ser o mentor do atentado contra o auditor-fiscal José Jesus Ferreira, em dezembro de 2008. “As investigações iniciaram em dezembro de 2008. No decorrer dos trabalhos, a PF e a Receita descobriram uma organização criminosa que agia no Ceará com mercadorias que entravam por Foz do Iguaçu, ficavam armazenadas em fornecedores e eram distribuídas para outros estados”, contou o delegado Sandro Luciano Caron, superintendente da PF.

“O iraniano queria controlar a distribuição das mercadorias no Ceará. Por isso ameaçava pessoas de morte”, acrescentou Sandro Caron. “Ele é acusado de ser mandante de cerca de quatro crimes no Ceará. Tudo está sendo investigado”. Os trabalhos investigativos, segundo o delegado, evidenciaram que mercadorias eletrônicas eram trazidas ilegalmente para o Brasil, principalmente a partir do Paraguai. Somente no Ceará, pelo menos 13 empresas são acusadas de envolvimento. Em todo o País, o número de envolvidos chega a 45.

Uma vez no País, as mercadorias eram distribuídas por fornecedores de São Paulo e Brasília a lojas em diversos estados, inclusive no Ceará. No Estado, as investigações seguiram em três unidades: Fortaleza, Quixadá e Maracanaú. O grupo contava inclusive com apoio de uma gráfica, que funcionava na Barra do Ceará e falsificava blocos de notas fiscais. A PF apreendeu três equipamentos gráficos e blocos de notas que seriam utilizados. “Era um prejuízo para o governo e para o consumidor”, disse Sandro Caron.

O dono da gráfica que teve o material apreendido, segundo a PF, não estava no local no momento da apreensão, mas deverá se apresentar à sede da PF. Ele será indiciado e responderá por crime também. “A Receita Federal e a Secretaria da Fazenda colaboraram muito. Foi presa uma pessoa em Foz do Iguaçu, três em São Paulo e uma em Minas Gerais”, disse Cláudio Joventino, delegado do Setor de Inteligência da PF.

Esquema
As mercadorias, conforme Cláudio Joventino vinham de avião do Paraguai e eram distribuídas a partir de Foz do Iguaçu. No Ceará, quem comandava a ação da quadrilha era o iraniano Fahrad Marvizi. Agiam em empresas de pequeno e médio porte, como lojas em shopping centers e na periferia e também em Maracanaú, na RMF.

Em 13 empresas foram apreendidas mercadorias nesta terça-feira. Todo o material está na Receita Federal. “O contribuinte será intimado a ir à Receita Federal, comprovar a propriedade da mercadoria, a importação regular dela. Se não comprovar, ele vai perder a mercadoria e será denunciado por contrabando e descaminho”, explicou Marcellus Ribeiro, da Receita Federal.

Foi possível ainda o bloqueio de 17 contas bancárias e as apreensões de objetos eletroeletroletrônicos, que somam cerca de quatro milhões e 400 mil reais. São cerca de 553 volumes na operação total, sendo 83 no Ceará, o equivalente a R$ 700 mil. “Essa operação até salvou a vida de muita gente”, afirmou Sandro Caron.

Canal Vermelho-I
Em 2010, a Operação Canal Vermelho-I resultou na prisão do principal suspeito de ser o mentor intelectual do atentado cometido, dois anos antes, contra a vida do auditor-fiscal José de Jesus Ferreira, que na época era chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, na 3ª Região Fiscal e foi atingido com cinco tiros de pistola no rosto.

Na época, foram presos outros suspeitos de participarem do grupo, além de apreendidos documentos e mercadorias com entrada irregular no País, que serviram como ponto de partida para as investigações. Desde a prisão, em 2010, o suspeito continua detido, atualmente no Paraná.