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Paralisação dos Auditores no Ceará tem ampla adesão

26, agosto, 2011

Quase 100 (cem) Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, Auditores-Fiscais do Trabalho e Peritos da Polícia Federal estiveram presentes na última quarta-feira (24/8) ao ato público realizado em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, em Fortaleza. A imprensa cearense deu ampla cobertura à manifestação da Campanha Salarial Conjunta dessas categorias. Estiveram presentes os seguintes veículos de comunicação: Jornal O Povo, TV Cidade, TV O Povo, TV União, Rádio O Povo/CBN, Rádio Verdes Mares e Rádio Universitária.

Os Auditores-Fiscais aproveitaram a mobilização para nivelar as informações e analisar a conjuntura atual. Vários colegas fizeram uso da palavra para alertar a categoria e a sociedade sobre a importância da valorização do serviço público e de seus servidores, os quais não devem se submeter à mesma lógica do gerencialismo privado. "O que é eficiente para o setor privado não é automaticamente aplicável à administração pública", destacou a AFRFB Mônica Portugal.

Mônica falou sobre a tentativa de uniformização do discurso. “Uma coisa é o discurso da chamada ‘eficiência’ da iniciativa privada; outra, é o discurso do serviço público. Há uma diferença brutal entre esses discursos, não se pode fazer paralelos, pois a iniciativa privada tem como condição o lucro, enquanto o serviço público deve ter como norte o interesse público. Não há, portanto, meios de deixar simétricos esses discursos”, disse. Segundo Mônica, “devemos, sobretudo, manter uma política constante de divulgação, disseminação de nossos conhecimentos técnicos, traduzindo-os numa linguagem mais acessível à população em geral e, dessa forma, estaremos mais fortes para o embate político”.

Para Liduína Ribeiro, a Europa e os EUA estão vivenciando uma grave crise estrutural do capitalismo, decorrente da demolição do Estado e da crença na capacidade do mercado se auto-regular. Em outras palavras, o capitalismo, na sua versão financeirizada, deixado à própria sorte, caminha para a autodestruição e não há possibilidade de salvá-lo mantendo os postulados que geraram a crise. O momento é grave e exige o engajamento de todos para a construção de novos caminhos que assegurem uma sociedade mais justa e fraterna.

Segundo Liduína, a nossa condição de servidores públicos nos convoca a participarmos desse esforço, usando o conhecimento técnico que acumulamos para a formulação de propostas que restabeleçam o poder de regulação do Estado. “Urge abrir um canal de interlocução com o Governo para aprofundar a discussão, com vistas a evitar que o Brasil siga o mesmo caminho e cometa os mesmos erros. É preciso defender o país e as suas instituições, lutando também por melhores condições de trabalho. A reivindicação salarial faz parte da luta sindical pela manutenção do poder aquisitivo dos salários. Contudo, não podemos esquecer que a remuneração deve ser compatível com a relevância das atividades desenvolvidas pelos auditores em benefício da sociedade, o que leva a direcionar a luta da categoria para o resgate de suas atribuições”, defendeu Liduína.

A Auditora-Fiscal Rita Linhares denunciou o desrespeito que os servidores estão sofrendo por parte do interlocutor que representa o governo nesta negociação salarial. “Ele não nos recebe em Brasília, marca encontro para uma data certa e simplesmente não comparece, deixando para avisar que não vai poder nos receber por estar viajando ou em reunião na última hora. Não queremos mais ser desrespeitados, pois todas as carreiras merecem o respeito e a consideração do Estado”, disse.

Rita ainda afirmou que “a negociação deve ser bem feita, sem que nos traga prejuízos, como num passado recente”. Ao que acrescentou: “Queremos uma coordenação do movimento cuidadosa e eficiente, com a participação efetiva dos representantes do Comando de Mobilização Nacional”.

Ítalo Aragão, 2º vice-presidente da delegacia sindical, manifestou a sua satisfação com a reconstrução da mobilização da categoria no Ceará, que, no primeiro dia de paralisação depois da greve de 2008, cumpriu em peso a deliberação da assembleia. "Os colegas responderam ao chamamento sindical com altivez, solidariedade e espírito coletivo, pois ninguém consegue lutar sozinho senão inserido em um contexto maior".

O presidente da DS-Ceará, Marcelo Maciel, aproveitou o encontro para enfatizar que a Campanha Salarial vai muito além do que apenas a questão salarial, destacando a defesa das atribuições.

Marcelo também lembrou a necessidade de os servidores estarem juntos nessa campanha: “Temos uma pauta em comum e nossa luta é fortalecida com a união entre as categorias” e destacou uma bandeira de luta que deve estar sempre presente: a defesa da Previdência Pública para todos.