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Folha de São Paulo alerta sobre influência de Gerdau e do INDG no governo federal

29, janeiro, 2013

O jornal Folha de São Paulo, publicou, em sua edição do dia 25 de janeiro último, matéria intitulada “Braço direito de Gerdau fez pressão para governo contratar consultoria”. O texto trata de um alerta que a direção da DS/CE já vem fazendo há tempos: a de que o empresário Jorge Gerdau vêm fazendo pressões junto ao governo para que adote as medidas “sugeridas” pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG), responsável por elaborar o chamado "choque de gestão" do governo Aécio Neves (PSDB-MG).

A matéria cita ainda que Gerdau “integrou o conselho de administração do INDG de 2006 a 2011, chegando a presidi-lo a partir de 2009” e que “desligou-se após receber convite da presidente Dilma Rousseff para assumir a câmara criada por ela para melhorar a gestão pública” e garantir a implementação de “políticas destinadas ao aperfeiçoamento da máquina pública”, o que, no entendimento da direção da DS/CE é um absurdo.

Confira abaixo a íntegra do texto.

BRAÇO DIREITO DE GERDAU FEZ PRESSÃO PARA GOVERNO CONTRATAR CONSULTORIA
O braço direito de Jorge Gerdau Johannpeter na Câmara de Gestão da Presidência pressionou para que uma consultoria que foi ligada ao empresário ganhasse contratos sem licitação no governo federal, segundo e-mails aos quais a Folha teve acesso.

A consultoria, chamada então INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), hoje Falconi Consultores e Associados, foi a única contratada a partir de recomendações feitas pela câmara, que tem o empresário no comando. Ganhou ao todo contratos de R$ 59,9 milhões de ministérios e estatais.

Segundo os documentos, o empresário era mantido a par das gestões a favor do INDG feitas por seu número 2 na câmara, o secretário-executivo Cláudio Gastal, assim como da rotina da empresa.

O INDG ganhou esses contratos sem licitação, por notória especialização. Outras empresas de consultoria trabalham para o governo, nenhuma a partir das recomendações da Câmara de Gestão.
Os contratos foram feitos com os ministérios de Saúde e Justiça, centralizados no Planejamento (R$ 14,4 milhões), e com os Correios (R$ 29,4 milhões) e a Infraero (R$ 16,1 milhões).

No Planejamento, Gastal relata em e-mail enviado para a cúpula do INDG e para Gerdau ter "pressionado" Válter Silva, secretário-executivo da pasta, que segundo ele via a contratação com ressalvas pela falta de licitação.

Nos Correios, o INDG foi indicado em reunião oficial entre a cúpula da estatal, Gerdau e Gastal. Já na Infraero, o empresário enviou um ofício à estatal sugerindo que fosse adotada "estratégia semelhante" à do ministério.

Gerdau integrou o conselho de administração do INDG de 2006 a 2011, chegando a presidi-lo a partir de 2009. Desligou-se após receber convite da presidente Dilma Rousseff para assumir a câmara criada por ela para melhorar a gestão pública.

Empresa com fins lucrativos, o INDG existe desde 2003 e foi responsável por elaborar o chamado "choque de gestão" do governo Aécio Neves (PSDB-MG). Tem sede em Nova Lima (MG) e conta com mais de mil consultores.

Foi criado por Vicente Falconi, ainda hoje dono da empresa. Teve receita de R$ 205,7 milhões em 2011 e tem como clientes governos estaduais, prefeituras e, principalmente, o setor privado.

A saída de Gerdau do INDG evitou conflito de interesses com a nova função, que não é remunerada, assim como a câmara não tem orçamento. Não há ilegalidade do ponto de vista do Código de Conduta da Presidência.

OUTRO LADO
O empresário Jorge Gerdau, seu secretário-executivo, Cláudio Gastal, e os ministérios e estatais citados na reportagem não comentaram o conteúdo dos e-mails aos quais a Folha teve acesso.

Em comum, todos afirmam que os contratos obtidos pelo INDG foram fruto de processos administrativos legais e destacaram a capacidade técnica e experiência da empresa de consultoria.
Também negam que o INDG tenha sido indicado por alguém em específico. Afirmam que a escolha se deu por meio de pesquisas.

O INDG informou que não faria qualquer comentário a respeito das informações relatadas na reportagem.

A Casa Civil, que respondeu por Gerdau e Gastal, informou que cabe aos membros da Câmara de Gestão e seus auxiliares "a tarefa de monitorar a implementação de políticas" destinadas ao aperfeiçoamento da máquina pública.

O Ministério do Planejamento afirmou, também em nota, que a decisão pela contratação do INDG foi tomada "a partir de pesquisas no mercado brasileiro" e que a empresa é detentora de "notório saber e experiência".

Segundo os Correios, o INDG foi contratado por sua "expertise em diversos órgãos". A Infraero, por sua vez, afirma ainda que seguiu os "padrões normativos" na contratação e disse que "ninguém" indicou o INDG.