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Previdência deve aumentar aplicação em ações em 2013

4, setembro, 2012

Os juros baixos devem levar a uma mudança sem precedentes nos fundos de previdência privada, que terão de diversificar as aplicações e assumir mais riscos para manter a rentabilidade.

Para Osvaldo Nascimento, vice-presidente da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada), a mudança deve começar pelos fundos voltados a menores de idade, que pretendem formar poupança de longo prazo para bancar a universidade e o início da vida adulta.

O segmento é o que mais diversifica as aplicações na previdência privada.

Hoje, a indústria de aposentadoria privada aplica 80% dos recursos administrados em renda fixa, a maioria em títulos da dívida do governo, que até o ano passado rendiam 12,5% ao ano (Selic de julho). Só 20% dos recursos são destinados para a renda variável (ações).

No ano que vem, a expectativa é que a parcela de renda variável possa subir para a faixa entre 30% e 40% dos recursos. Apesar do risco maior, o investimento em ações costuma render mais do que a renda fixa no longo prazo, minimizando o impacto de variações indesejadas.

Para William Eid, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), os investidores sentirão na pele o impacto das taxas baixas e buscarão alternativas rentáveis para aplicações de prazos maiores, como a previdência.

"Fomos muito mal acostumados com taxas elevadas e não nos preocupamos em olhar os produtos financeiros. Agora que as taxas caíram, será preciso selecionar ainda mais os produtos."

"O primeiro movimento é as pessoas começarem a aplicar em prazos mais longos os recursos de que não necessitarão tão cedo. O segundo é em função da idade. Os mais jovens tendem a aumentar a participação em ativos de risco", diz Nascimento.