Receita retém mais duas cargas no Porto do Pecém
7, maio, 2012A Receita Federal soma, agora, 13 contêineres retidos no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE). Duas novas cargas vindas dos Estados Unidos foram barradas sob a suspeita de terem mercadorias enviadas para entrar no Brasil de forma ilegal.
As retenções fazem parte da Operação Maré Vermelha, ação para combater irregularidades nas importações. O Porto de Oakland, na Califórnia (EUA), é uma das origens das cargas. Já há empresas - nacionais e norte-americanas -, sendo investigadas sob suspeita de participar do que, em princípio, enquadra-se em crime tributário e contrabando, afirmou uma fonte ligada ao órgão. Os artigos 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, tratam do crime tributário, e o artigo 334 do Código Penal Brasileiro, do de contrabando.
Brasileiros que moraram nos Estados Unidos por um ano ou mais e retornam ao País não pagam imposto no recebimento da bagagem. É aí que se inicia a ação dos sonegadores, que inserem produtos - sem o conhecimento do contratante - para entrar no Brasil como se fossem bagagem. O problema é que esses produtos são novos, em quantidade, não reconhecidos pelo dono da bagagem e poderiam ser comercializados. São cosméticos, suplementos alimentares, televisores, fornos e fogões, entre outras coisas.
Após fechar o cerco contra semelhante golpe nos portos do Sul e Sudeste, a Receita recebeu novas denúncias e queixas de bagagens encomendadas com atraso na entrega. Foram, então, identificados 11 contêineres com mais de 45 dias no pátio do Porto do Pecém. A alfândega declarou situação de abandono e de perdimento à carga. Em seguida, mais três contêineres entraram para a contagem, somando 13. Todos serão abertos e isso levará, pelo menos, um mês.
“Em média, o perdimento é de 80% de cada contêiner, o proprietário não reconhece. Ele nem sabe onde a bagagem dele está”, ressaltou o superintendente substituto da Receita Federal na 3º Região Fiscal, Marcellus Alves.
Prejudicados
Os donos da bagagem - nenhum do Ceará -, que contrataram o serviço de “porta-a-porta” também são prejudicados. Além do gasto que já tiveram, terão que arcar com armazenagem, capatazia, despacho e transporte dos seus pertences até a sua residência.
ENTENDA A NOTÍCIA
O destino mais provável das mercadorias que forem apreendias pela Receita Federal na Operação Maré Vermelha é ir a leilão, mas também podem ser incorporadas como patrimônio no serviço público.
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